Resultado mostrou que criança de 2 anos de Tubarão, no Sul do estado, possui defesas neutralizantes também contra variantes.
Um exame mostrou que uma criança de 2 anos e 2 meses adquiriu anticorpos contra o coronavírus, em Tubarão, no Sul catarinense, através da amamentação. A fisioterapeuta Maryucha Miranda de Oliveira, de 38 anos, recebeu as duas doses da vacina da AstraZeneca e continuou amamentando o filho.
Joaquim possui uma doença autoimune caracterizada por baixos níveis de plaquetas no sangue e isso motivou a curiosidade da família para saber o possível efeito da vacina. "Foi comprovado a importância da amamentação e vacina. Uma vacina com duas pessoas imunizadas", afirmou a mãe.
Na sexta-feira (25), um exame de anticorpos neutralizantes foi feito com o sangue da criança e o resultado confirmou a produção da proteção contra a vírus também variantes do grupo 2. Segundo o secretário de Saúde de Tubarão, Daisson José Trevisol, a Secretaria de Saúde acompanha o caso.
O resultado mostrou que Joaquim possui anticorpos neutralizantes contra o coronavírus, inclusive para variantes do vírus. Cerca de 20% dos anticorpos detectados neutralizam variantes do Brasil, África do Sul e do Japão. E há 14,7% de atividade de anticorpos neutralizantes das variantes de Wuhan e do Reino Unido.
"As vacinas induzem formação de anticorpos para a proteína Spike, que está presente em todas as variantes. Mas é importante que se saiba que um teste de anticorpos neutralizantes não é indicado para saber se a pessoa respondeu a vacina ou não, se está imune ou não. O nosso sistema imune é muito mais que isso", disse a médica infectologista, Diz espelcilista Carolina Ponzi.
Maryucha afirma que parou de amamentar Joaquim 10 dias antes de realizar o exame. Segundo ela, o programado era amamentá-lo até os dois anos de idade. A decisão de estender a amamentação por cerca de 20 dias depois da segunda aplicação da vacina foi feita para garantir uma proteção maior para o filho.
A médica pediatra que acompanha Joaquim e um infectologista tiveram acesso aos resultados do teste e confirmaram também a presença dos anticorpos contra a doença, conta a mãe.
Segundo o Secretário de Saúde da cidade, o médico Daisson José Trevisol, esse é o primeiro caso documentado da região. A Diretoria de VIgilância Epidemiológica (Dive) será comunicada do resultado pela administração municipal.
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) informou ao G1 que ainda não foi notificada sobre "a presença de anticorpos pós-vacinação em pacientes adultos, bem como em bebês nascidos com anticorpos ou crianças que possam ter adquirido com a amamentação".
O órgão afirma ainda que a possibilidade de transferência de anticorpos de mãe vacinada e lactante para o filho ainda é objeto de estudo "e a detecção desses anticorpos na criança não necessariamente quer dizer que a criança esteja protegida da doença".
Em nota o Ministério da Saúde informou que ainda não há um levantamento sobre casos como o de Joaquim. O órgão disse que ainda não foi notificado sobre o caso em questão, mas que resultados como este são esperados. O Ministério da Saúde afirma que acompanha estudos acerca a vacinação contra a Covid-19 e seus impactos. do G1